Com uso da tecnologia, Elenir começa a firmar seus primeiros traços na tela do computador por meio do projeto desenvolvido pela Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esportes
A artista plástica Elenir de Oliveira Teixeira, de 75 anos, carrega na bagagem mais de mil obras pintadas a óleo sobre tela ao longo de uma carreira de 60 anos. Agora, os trabalhos ganham vida também na internet com a releitura dos quadros produzidos no software do computador durante o curso de informática oferecido pela Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esportes de Itanhaém.
Em Itanhaém, alunos com mais de 50 anos descobriram na prática as ferramentas existentes no computador durante as aulas apresentadas pela equipe da informática educacional. Com quase três meses de curso, os 60 estudantes se despediram com muita animação das atividades que encerraram nesta segunda-feira (26/09).
Com uso da tecnologia, Elenir começa a firmar seus primeiros traços na tela do computador com uma ferramenta um tanto inusitada, o mouse. A experiência ainda é novidade para a artista plástica que sonha em retratar com riqueza os detalhes inseridos nos quadros.
“A tecnologia era algo distante que eu jamais imaginaria aprender. As aulas foram tão boas que não gostaria que encerrassem. Quero no futuro reproduzir com perfeição minhas pinturas na tela do computador para depois enviar aos meus amigos por e-mail”, conta Oliveira.
A profissão de Elenir foi moldada por grandes nomes das artes plásticas como, Di Cavalcanti, Domenico Lazzarini, Tarsila do Amaral e Noemia Mourão. O autor literário, Oswald de Andrade, teve grande participação e foi considerado um dos pilares de sua carreira. “Toda vez que leio o texto que Oswald fez me comparando a renomados artistas, fico emocionada e instigada a continuar”, relembra.
Suas obras já viajaram o mundo e, em 1970, foram homenageadas pelo escritor Oswald de Andrade ao compará-las a grandes nomes das artes plásticas e literatura brasileira: “Fora com os preconceitos contra a gostosa arte brasileira. Nossa realidade é essa, é o cinema com ‘Macunaíma’, com ‘A hora e vez de Augusto Matraga’. É Tarsila, é Di Cavalcanti, é Mário de Andrade, é Guimarães Rosa, é Theodoro Nogueira. E hoje, também é Elenir”, reproduz a artista que há mais 40 anos se emociona ao ler o texto de Oswald de Andrade.
São mais de 200 obras, desde pequenas ilustrações até gigantes quadros com paisagens ao fundo. Como ela mesma ressalta: “A casa está em constante exposição. Costuma-se dizer: Não é uma casa que abriga o ateliê, é o ateliê que comporta a casa”.
Agora com outra distração, a pintura não é deixada de lado, mas tem espaço equilibrado com a tecnologia. Há seis meses o computador permaneceu em casa como uma peça decorativa. Com as aulas, a internet vem sendo familiarizada. “Fiz até um perfil no facebook para me comunicar com os meus amigos”.
TECNOLOGIA ROMPE BARREIRAS – A enfermeira Ceci Wailand, de 61 anos, sempre quis conhecer mais sobre o mundo virtual. Na época, ela achava se tratar de um assunto complicado de entender. Com o anúncio das aulas de informática para a terceira idade, não pensou duas vezes.
“Sempre quis saber como funciona”, explica. Ela não imaginava que com a tecnologia conheceria pessoas de outros países e retomaria o contato com familiares que moram fora do Brasil. “Tenho conversado com um primo de Istambul e graças à tecnologia consegui manter relação. Inclusive, fiz novos amigos”, conclui sorridente.
Fonte: Secretaria de Comunicação Social Prefeitura de Itanhaém.
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